O começo de um relacionamento é sempre difícil, e sempre vem acompanhado daquela velha pergunta “Do que você gosta?” e você nunca sabe ao certo o que dizer.
Nunca sabe se conta que gosta de comer bolacha recheada e desmontá-la toda só pra comer o chocolate do meio primeiro, ou se conta que leu a biografia de Steve Jobs (só pra parecer intelectual) ou se conta que prefere música lenta ao invés de balada (só pra ver se ele faz igual aos filmes e pega na sua mão e te chama pra dançar mesmo sem ter música, e ainda completar dizendo que é só seguir o ritmo do coração) ou se faz aquele ar de mulher misteriosa e deixa por conta dele adivinhar do que você gosta.
Por isso eu odeio começo, nunca me dei bem com ele.
O começo é cheio de perguntas, cheio de respostas que foram ensaiadas milhões de vezes no espelho. Cheio de enigmas de verdades e mentiras.
O fim é mais trágico, é verdadeiro, parece simples de dizer, mas é difícil de suportar. No final ele já sabe que você gosta de comer primeiro o chocolate do meio da bolacha, já sabe que você nunca leu nenhuma biografia (no máximo um resumo na internet), também já sabe que você prefere musica lenta (e que ele não sabe dançar, por isso nunca vai te convidar pra dançar nem com música e pior sem!) já sabe que você não é nada misteriosa e que você nem soube fazer essa cara direito e por isso preferiu falar sobre Steve Jobs. Mas na próxima vez, você não vai precisar de nada disso, você será simplesmente você, porque o começo já passou e o meio é sempre mais fácil, demorado e simples de entoar.
O começo é cheio de respostas que foram pensadas por horas e dadas em minutos, enquanto o fim é uma simples resposta dada em minutos e que depois prevalecerá na sua memória por horas.
Toda Cute 